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sábado, 7 de abril de 2007

MULHER

Correm lágrimas em meus olhos
Mas não sinto a sombra triste
Invadem-me risos sucessivos
de um amor que demais insiste
com tremores e dores lascivos
na verdade que agora existe

Trago-te em meu peito e não calo
Nem falo mais do meu jeito
E se é do amor alcançá-lo
Que seja esse meu feito.
Amemos que vale a pena
Permita-me que eu seja tua
Ora sol, nuvens e lua,
Cuidando de tua dor amena

Corri o mundo para entregar-me
Camuflada em página difícil
E um ser, sem qualquer sacrifício,
ao me ler por inteiro e olhar-me
Debulha um por um meus segredos
e faz-me mulher de palavras
que rascunham um novo enredo
de histórias longas e bravas

O certo a fazer nesta hora
É deixar que as lágrimas escorram
E que as dores ao longe se morram
Afeitas a ir embora
Dá-me tua mão, vamos lá fora
E fiquemos dentro de nós
Pois não sou mais a mãe que chora
Mas a mulher que desprende os nós.
Tenha certeza, o que me aflora
É que não vou nos deixar mais sós.

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