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sexta-feira, 25 de abril de 2008

EGO

Sou um errante vagando em linhas malfeitas
Perdido entre dois mares, um navegante
Quando é hora de partir, não me ergo
Posto que para chegar, não me enxergo.
Apenas sigo entre andar e descansar
E morrer e me acalmar...
Buscando algo de propósito
Posso sorrir, não me lamento
Nem me empresto ao desespero vão
Tampouco à quietude voraz
Se é de seguir, serei alma viva
Se é de parar, que paire em paz.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

PARTIDA

Vejo com olhos de lágrima
O infinito se afastando de mim
E a distância, companheira algoz dos últimos tempos,
Dilacera a ausência de minha alma já tão estanque.
Não, eu não estou partindo!
O presente é que me vai saindo aos poucos
E para qualquer lugar que olhe,
Eu só enxergo saudades...
Depois de tantos aplausos vividos,
Abandono meus verões de camarim.
E o que ostento agora é apenas uma capa do meu eu
Para suportar o frio que paralisa minha esperança.
Sozinho, cerco-me de desconhecidos
Que não se importam em saber o que sou.
Se disso eu soubesse antes,
Jamais teria subido no palco...
Jamais teria cedido minha arte à vaidade...