Poema para o destino.

Eu te buscava e não te sentia...
E te procurava entre árvores e pássaros,
cercando-me em devaneios...
Meus olhos não te viam
e não te veem
Sou-me apenas rodeios, pois
Nem estás, nem estarás em mim
Não sei por que deve ser assim,
mas meu querer em si
não se basta
E eu própria não me basto.
Onde estás, se não te vejo?
Por que não vês meu desejo?
A te desejar, tão vasto que és.
Não desdenhe do destino
Quem estas linhas nos pôs?
Somos nós, menina e menino
E o resto se vê depois.

Verdes em mim

Eu não deveria ter me deixado encantar
por aqueles verdes verdes
Mas foram de um brilho tão cortante
Que perdi o equilíbrio de mim mesma.
Eles me olhavam fundo
e, a partir dali,
eu não conseguia mais olhar coisa alguma
Eles que violam as barreiras de minhas tristezas
E me arrancam sorrisos das dores
Eles a que tanto busco no meio da noite
E suspiro aliviada em vê-los cerrados
junto de mim
ora me alegram, ora me fazem chorar
Eles me calam
Justo nos momentos em que eu mais gostaria de falar...

De

Não duvido se minha angústia for eterna
Acho que essa dor me move e também paralisa
Por vezes eu me olho e não me enxergo dentro de mim
A dor é de querer e ser querida
gostar e ser gostada
Pois até aqui só vi lanças.

DESABAFO DE SOLIDÃO

Sei que já não brilha no meu olhar a aurora jovial
mas ainda estou distante de carregar em meus ombros o peso da idade.
Não faz mal.
Por isso, às vezes me pergunto
se ainda quase jovem
não mereço mais atenção e querência
já que minha vida hoje
mergulha e infindável carência
Estou só / estou só / estou só
Nesse infarto de mim mesma sinto-me sozinha e cheia de nós
Se me falta na mão a linha do amor,
de que adianta respirar?
E minha vida é vagar...
Quero um afeto de tranquilidade
mas nem eu mesma sou tranquila
Estou só, mesmo quando me veem acompanhada, podem ter certeza:
Estou só.
Já não me satisfaços com esmolas de carinho
Eu quero mais.
Cansou-me a mendicância, eu quero mais!
Minha ânsia é meu norte
Estou só, mas sou forte.
Queria fechar os olhos e acordr no futuro,
mas preciso caminhar até lá.
Devo correr? Devo Partir? Esperar?
Nem o que quero eu sei mais...