Páginas

sábado, 7 de abril de 2007

A MENINA

Tinha o olhar triste e ninguém percebia
Dores que ninguém sentia
Pesadelos que ninguém jamais ouvia
Nem de noite, nem de dia.
Tremores e temores imperceptíveis
Amou desesperadamente,
sofreu idem
Às noites, não dormia
Nas tardes, não cantava
Na vida, não falava
Pouco fazia, nada implorava.
Sorriu pouco
Sumiu muito
Andava tortuosamente e nenhuma pessoa notou
Abriu e fechou portas.
Nenhum rastro.
Abriu e fechou corações.
Fechou vidas.
Abriu fendas e feridas em si.
Não pediu e não teve guarida.
Apenas rezou, mas não foi atendida.
Foi morrendo a cada partida,
Sem que ninguém desconfiasse de nada.
Coitada daquela menina!
Tenho tanta pena que sou capaz de fazer voltar o tempo
E ajudá-la a caminhar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário