O que hoje me faz estancar
são ondas de um fogo que não amaina,
pois vejo teus verdes onde respiro.
Se houve um assim sentimento,
não me recordo.
Nem quero fazê-lo.
Torturo-me em sonhos inacabados
por não ter permissão em desfazê-los,
com o vento me desalinhando a vida,
seguindo os passos do ontem.
Mas o passado não me basta,
o futuro me nega
e restam alguns instantes
em que repouso minha caneta
na vã tentativa de encontrar-te
Não sei onde andas e se me tens pensado
Não sei
Não te demores neste outono
ou passarei a vida escrevendo meus dias mornos.
O que de mim emana hoje
nem mais são palavras nem versos,
apenas resquícios de todas as dores
que meu sorriso provocou.
Textos, poemas, constâncias, inconstâncias, prosa, verso, dúvidas e muitas certezas. Fique à vontade! A casa é sua!
domingo, 21 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
MINHAS SENHAS
Venho passando minhas décadas ao lado de minhas letras,
palavras que são companheiras,
alentadoras desse sofrimento que não consigo expulsar
Mesmo quando sorrio, ele me persegue
Ainda que em êxtase, está lá ele.
e de mim não sai
Por isso, escrever é minha morfina
Mais forte que o choro,
que orações
que mãos amigas ou irmãs
Escrever, sim, expurga-me de mim mesma
Quando era menina
e achava que sabia muito do mundo
estávamos eu e um fiel diário de anotações
com um cadeado para que ninguém me violasse mais
Quando era jovem
e tinha certeza de que sabia de tudo na vida
apenas o papel compreendia meu mundo
mas rasgava tudo para não revelar minhas fragilidades
Quando fui adulta,
vi-me nas letras de um computador
em textos só meus
absolutamente protegido por senha.
Agora, no fim da vida,
é como me vejo:
uma infeliz protegida por uma senha
que eu mesma já esqueci qual é.
palavras que são companheiras,
alentadoras desse sofrimento que não consigo expulsar
Mesmo quando sorrio, ele me persegue
Ainda que em êxtase, está lá ele.
e de mim não sai
Por isso, escrever é minha morfina
Mais forte que o choro,
que orações
que mãos amigas ou irmãs
Escrever, sim, expurga-me de mim mesma
Quando era menina
e achava que sabia muito do mundo
estávamos eu e um fiel diário de anotações
com um cadeado para que ninguém me violasse mais
Quando era jovem
e tinha certeza de que sabia de tudo na vida
apenas o papel compreendia meu mundo
mas rasgava tudo para não revelar minhas fragilidades
Quando fui adulta,
vi-me nas letras de um computador
em textos só meus
absolutamente protegido por senha.
Agora, no fim da vida,
é como me vejo:
uma infeliz protegida por uma senha
que eu mesma já esqueci qual é.
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