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sábado, 7 de abril de 2007

LASCÍVIA

A lascívia não recua
E também não haveria de reduzir-se
Dado o toque tépido de mãos tão suaves.
Mas, sobretudamente, o sexo não é ele sozinho
Aliás, ele não se basta, apenas complementa
É o olharQue olhar intenso e fugaz
Como um punhal cravejante
Que faz em mim adentrar o fio e chega a cortar a alma
Que se desfaz instantaneamente,
Mas que se ergue imperioso.
É o olhar que molhaÉ o olhar que queima
É o olhar que tira-nos o alimento
E que nos mata a fome.
Se assim o é,
Recusemos eternamente as lágrimas malévolas
(as boas podem ficar)
E brindemos ao afeto.
Se não há desamor, então há o bem-querer.

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