O que me faz mais falta no mundo
São os braços dele quando acordo
Ante meu sono leve ou profundo
é daquelas mãos que me recordo
Sofrer de um amor doce e distante
É minha sina amável e cruel
Penhorar esta vida no semblante
De quem me soube extrair todo o fel
E, afinal, o que seria o amor?
Mais do que extrações consentidas
Daquilo que ‘inda nos inflama
E por mais que nos sanem as feridas
Haverá sempre mais uma chama
Para apagar, de teu abraço, uma dor.