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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Se não vens


Se tu não vens, vejo névoas
E nada mais será nítido
Aos olhos trêmulos de amor.
E não há trégua para a saudade,
Ora insana, ora lúcida.
Presa numa vã liberdade
Que só alimenta essa dor...

Se tu não estás, não mais durmo
Na falta do teu respirar
Procuro o cheiro do corpo,
Tua mão a me provocar.
Se tu não estás, não há sono
Então, para que descansar?

Então, só me resta escrever
Em noite que não se finda.
Tentando, quem sabe, colher,
O texto de um afeto ainda.

Dormir já não me pertence
Alento nenhum me invade
Apenas letras e rimas
Unidas em minha verdade
Senhora da minha sina.

Mas, se tu vens, desencanto
Como se pudesse sonhar
Como se não houvesse mais pranto
E nada a me atormentar
Como se, enfim, tua presença
Viesse a mim, clarear
A triste treva de querença
Que se esvai...
Tão logo teu sorriso chegar...

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